Os produtos importados foram os que mais se beneficiaram do aumento de 1,2% do consumo aparente na indústria nacional em 2011, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Dessa expansão, os produtos vindos do exterior ficaram com 54,5% enquanto a indústria nacional ficou com 45,5%. Alguns dos setores mais afetados pelas importações foram os de artigo de vestuário e acessórios, calçados e ferro-gusa e ferro-liga.
Em artigos de vestuário e acessórios, o consumo aparente caiu 2,6% em 2011 em relação ao ano anterior. As importações, porém, tiveram alta de 41,4% no mesmo período. Já no setor de calçados, o consumo aparente caiu 9% e as importações subiram 15,6% no mesmo período. No setor de ferro-gusa e ferro-liga, o consumo aparente teve queda de 14,8% enquanto as importações aumentaram 11,3% no período.
De acordo com o diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, o crescimento do País não tem beneficiado a indústria nacional e sim a importação. "As importações são as quem estão se beneficiando do crescimento brasileiro", afirmou, após divulgação dos coeficientes de exportação e importação da indústria.
Por outro lado, outros setores da indústria apresentaram recuo na produção industrial em 2011, mas tiveram aumento nas exportações. É o caso do setor de ferro-gusa e ferro-liga, cuja produção caiu 3%, mas as exportações aumentaram 23,4% em 2011 na comparação com 2010. A mesma situação ocorreu com produtos têxteis, cuja produção teve queda de 14,4% e as exportações aumentaram 11%. De acordo com Giannetti da Fonseca, esses resultados indicam duas possibilidades: ou o consumo interno caiu ou o mercado interno foi abastecido pelas importações.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, apontou o padrão das exportações brasileiras como fator complicador. Segundo ele, o atual modelo colabora para manter empregos de baixa qualificação no país. “Não podemos continuar exportando commodities e importando, por exemplo, trilho para as ferrovias”, disse Patah, que em setembro se filiou ao PSD (partido comandado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab) .
Para o sindicalista, apesar da excelente avaliação do governo Dilma Rousseff (59% de ótimo e bom, segundo pesquisa do instituto Datafolha), o país está aquém de seu potencial produtivo. “O Brasil está se apresentando como um país maravilhoso e infelizmente nós sabemos que não é bem isso. O crescimento pífio do Brasil em relação ao da Índia e ao da China demonstra que nossa capacidade não é toda aquela, não”, reclamou.
Fonte: odiario.com / sul21.com.br
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