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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Cônsul dos EUA elogia combate à pirataria

O cônsul dos Estados Unidos de propriedade intelectual para a América Latina elogiou ontem o que chamou de avanços que o Brasil conseguiu nos últimos anos no combate à pirataria de softwares. "O Brasil conseguiu reduzir muito o percentual de uso de [softwares] piratas. Há uma tendência de mudança muito positiva", disse ontem Albert Keyak, em Belo Horizonte. Ele foi o principal palestrante do seminário "Inovação, Competitividade na Exportação de Manufaturados e as Leis da Concorrência Desleal", promovido pelo Valor.
Na avaliação dele, a mudança de visão em relação à propriedade intelectual no Brasil pode ser verificada nos hábitos de muitos consumidores. "As pessoas estão entendendo que piratear é algo errado, roubar conteúdo da internet é algo errado, baixar filmes e músicas [em sites que não respeitam o direito autoral] é algo errado."
Na década de 90, 91% dos softwares no Brasil eram piratas; hoje a marca é de 54%, segundo dados citados pelo diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Softwares (ABES), Anselmo Gentile.
"O Brasil está numa posição muito boa e está avançando", disse Keyak. Perguntado sobre como outros países da América Latina vêm lidando com o tema, o cônsul disse apenas que "eles têm ainda muito a fazer".
Um dos temas tratados no encontro foi o da adoção de novas regras pelos governos de vários Estados americanos para proteger suas indústrias de competição considerada injusta. Já são 36 Estados que possuem regras em vigor para criar barreiras à importação de manufaturados cuja produção tenha infringido leis ambientais, trabalhistas e de propriedade intelectual, por exemplo. "Esse é um movimento crescente e logo poderá se tornar uma política nacional", avalia Gentile.
Os EUA vêm adotando mudanças no seu sistema de patentes para garantir que empresas e pessoas físicas tenham num prazo mais curto seus inventos protegidos. Para Gentile, empresas brasileiras precisam ver isso como uma oportunidade e ganhar mercado americano, enquanto concorrentes de outras economias ainda têm dificuldades em reduzir, como o Brasil, o uso de softwares piratas.
Apesar dos avanços no Brasil no reconhecimento das patentes, a representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Diana de Mello Jungmann, coordenadora de propriedade intelectual para inovação da indústria, diz que ainda é preciso reforçar a ideia de que "a propriedade intelectual é o marco da nova competitividade".
 
Autor(es): Por Marcos de Moura e Souza 
 De Belo Horizonte Valor Econômico - 04/04/2012

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