As grandes empresas francesas de artigos de luxo tentam sem
muito sucesso limitar a venda de produtos falsificados pela internet,
novo paraíso para estas transações ilegais.
Nos últimos cinco anos, o desenvolvimento do comércio pela internet
propiciou um aumento do tráfico de produtos falsificados, que se tornou
mais profissional, usando sites criados com muita facilidade e que
desaparecem quando são localizados, lamenta o Comitê Colbert, do qual
fazem parte 75 empresas de produtos de luxo, como Louis Vuitton e
Hermès.
"No total, as falsificações fazem as empresas de luxo perderem ao
menos 10% de seu faturamento", afirmou a presidente do Comitê, Françoise
Montenay (Chanel).
O Comitê lançou nesta quarta-feira uma ampla campanha contra a
falsificação de seus produtos, colocando cartazes em aeroportos de sete
países europeus, no momento em que o tráfico pela internet cresce de
modo "exponencial".
Para a delegada geral do Comitê Colbert, Elisabeth Ponsolle des Portes, esses produtos "são mais difíceis de rastrear".
"Antes identificávamos relativamente bem a produção na China, depois
o trânsito de produtos por Dubai e a saída de barco para a Europa ou
Estados Unidos (...). Hoje em dia, enfrentamos algo totalmente
diferente. As ofertas de produtos falsificados chegam a domicílio pela
internet", completa.
Na União Europeia (UE), as apreensões na alfândega de produtos
falsificados foram duplicadas entre 2009 e 2010. Assim, em 2010 foram
apreendidos mais de 103 milhões de artigos, por um valor de 1,1 bilhão
de euros. Cerca de 85% desses produtos são provenientes da Ásia, quase
exclusivamente da China.
"Os traficantes têm uma grande capacidade de adaptação e estão a par
da moda ou até a antecipam", afirma Erwan Guilmin, dos serviços da
alfândega francesa.
O Comitê tenta fazer com que as plataformas de comércio pela internet assinem uma carta contra a falsificação lançada em 2009.
O EBay, que não assinou a carta e se opõe às empresas de luxo em um
julgamento relativo à venda de produtos falsificados, indica em um
documento de 2011 que "tem tentado intensificar seus esforços para
eliminar as falsificações". Seu centro de luta especializado, que está
na Alemanha, suspende dezenas de milhares de contas de usuários a cada
ano.
No entanto, o tráfico é muito difícil de avaliar. Centenas de sites
divulgam produtos falsificados e dificilmente podem garantir a ausência
de falsificações, reconhece o Comitê Colbert.
Portanto, o Comitê espera que os operadores de pagamento consigam
limitar o fenômeno. Assim, a American Express, Visa, Mastercard e PayPal
aceitaram no ano passado mobilizar-se para tentar evitar o uso de meios
de pagamento online em sites considerados suspeitos.
"Mas na França, os bancos consideram que não é assunto deles. Pedimos
a cada um dos presidentes do Comitê Colbert que escreveram aos bancos
(com os quais operam). Apenas o Société Générale respondeu", lamenta
Montenay.
Fonte : http://tecnologia.terra.com.br
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