Lojistas
e industriários no Amazonas apoiam a medida federal que afrouxa as
regras na liberação de mercadorias nos postos aduaneiros durante o
período de greve dos auditores fiscais. Porém, para o Sindicato Nacional
dos Auditores-Fiscais da Receita Federal no Amazonas (Sindifisco-AM), a
Portaria nº 260 abre brechas para que o Estado receba mercadorias
“montadas” em outras cidades para depois serem carimbadas com o “selo”
da Zona Franca de Manaus (ZFM). O sindicato suspeita que entrou pelo
Porto Chibatão componentes montados somente para serem acoplados a
televisores LCD.
O
presidente do Sindifisco-AM, Eduardo Toledo, disse que, por conta da
“vista grossa” do Governo Federal, produtos poderão entrar no País sem a
menor fiscalização.
Na última quarta-feira, em resposta a greve
dos servidores federais, o Governo Federal publicou o Decreto nº 7.777
que determina a substituição dos grevistas por servidores temporários.
Na sexta-feira, foi a vez de publicar a Portaria nº 260, inclusa no
mesmo decreto, em que o tempo para o desembaraço aduaneiro das
importações selecionadas para os canais verde, amarelo e vermelho deverá
observar o tempo médio praticado por cada unidade da Receita no
primeiro semestre de 2012.
No
Amazonas, mesmo com a “operação padrão” do período de greve,
mercadorias que caem no canal vermelho levam até oito dias para serem
liberadas. No entanto, no início do ano o Amazonas passou pela “Operação
Maré Vermelha”, onde metade das mercadorias eram fiscalizadas com um
rigor superior ao do canal vermelho.
“Acredito
que continuaremos utilizando oito dias como prazo máximo para
liberação, sendo que a medida federal é positiva para a indústria. Agora
teremos como planejar quanto tempo uma mercadoria levará para ser
liberada”, disse o presidente do presidente do Centro da Indústria do
Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.
Para
o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus),
Ralph Assayag, a medida mostra que o governo começa a enxergar o
comércio como um “cliente”. “Quando adquirimos algo, há um prazo para
que seja entregue e, do jeito que a coisa vinha, estávamos reféns da
Receita. Se a instituição não tem condições de fiscalizar tudo em tempo
hábil, que faça os devidos ajustes no sistema”, avaliou.
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