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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Servidores que fraudaram concursos foram afastados, afirma PF

Operação Tormenta indiciou 282 pessoas por fraudes em seleções públicas. No total, 62 servidores foram desligados ou impedidos de tomar posse.

A Polícia Federal informou nesta quarta-feira (11) que 282 pessoas foram indiciadas e 62 servidores foram afastados ou impedidos de tomar posse por causa das fraudes nos concursos da Polícia Federal, da Receita Federal, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A Operação Tormenta investigava, desde 2010, uma quadrilha que fraudava concursos públicos e também exames da Ordem Nacional dos Advogados (OAB). Nesse último caso, 152 candidatos tiveram acesso antecipado às respostas do exame e 1.076 "colaram" a prova. Segundo o delegado da PF, Victor Hugo Rodrigues Alves, todos os servidores nomeados e os que aguardavam nomeação foram indentificados e já foram afastados ou estão em processo de desligamento.
Alves informou que os candidatos chegavam a pagar para a quadrilha US$ 150 mil pelo gabarito das provas. Para o exame da Ordem Nacional dos Advogados (OAB), o valor foi de R$ 50 mil, para a prova de agente da Polícia Federal de 2009, o valor foi de R$ 100 mil. Já o montante de US$ 150 mil seria pago para a prova de auditor-fiscal da Receita Federal de 2009. Os policiais rodoviários federais desviavam as provas durante o transporte e cobravam o dobro do valor para vender os documentos para a quadrilha, que elaborava os gabaritos e os revendia para os candidatos.
"A atuação da quadrilha foi descoberta com o desvio da prova do concurso para agente da Polícia Federal de 2009, mas a partir das investigações encontramos fraudes em concursos anteriores. Não há indícios de envolvimento de funcionários do Cespe/UnB [organizadora do concurso]", afirmou Alves, durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta.
"Infelizmente existiam pessoas na Polícia Rodoviária Federal de má índole. A fraude aconteceu por causa de pessoas e não por causa das instituições", ressaltou Roger Escalante, direitor de inteligência do Cespe/UnB. De acordo com Escalante, a organizadora passou a utilizar lacres de aço no lugar de plástico e não conta com parcerias de outras instituições para realizar os procedimentos de impressão, guarda, lacre e transporte das provas.

Operação Tormenta

A Operação Tormenta teve início com a denúncia de que um dos candidatos do concurso para o cargo de agente da Polícia Federal de 2009 teve acesso ao caderno de questões da prova às vésperas da aplicação. O desvio do caderno de questões foi confirmado e a PF identificou que isso tinha acontecido com outras provas do Cespe/UnB e de outros órgãos.
A quadrilha comprava as provas de policiais rodoviários federais e contratavam professores para fazer o gabarito, que era vendido para os candidatos. Além da fraude aos exames da OAB aplicados no ano de 2009, também foram fraudados pela organização criminosa os concursos de agente da PF de 2004, de delegado da PF de 2004, de agente e escrivão da PF em 2001, de auditor-fiscal da Receita Federal de 1994, de agente e oficial de inteligência da Abin de 2008, de analista e técnico administrativo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de 2009.
Os criminosos estão respondendo por vários crimes, como formação de quadrilha, estelionato qualificado, receptação, corrupção ativa e passiva, dentre outros. 

Fonte - G1

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