Autor(es): » PRISCILLA OLIVEIRA
Correio Braziliense - 18/08/2012
Impedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de realizar operações padrão em portos, aeroportos e fronteiras do país, que impuseram o caos ao país anteontem, os policiais federais prometem, agora, uma "operação sem padrão", ou seja, o liberou geral para as próximas segunda e terça-feiras. Em vez de fiscalizar uma por uma das bagagens e cargas, os agentes vão deixar o trânsito livre para quem for viajar de avião e para as mercadorias que atracarem nos portos e atravessarem as divisas do país. Nenhuma das fiscalizações de amostragem serão realizadas. Os policiais acreditam que não estarão sujeitos à multa de R$ 200 mil por dia imposta pela Justiça.
O governo, no entanto, promete reagir a qualquer abuso cometido pela PF. Segundo o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, a ordem da presidente Dilma Rousseff é garantir a normalidade dos serviços prestados pelos policiais federais, evitando excessos em quaisquer operações. "O que aconteceu anteontem nos aeroportos do Brasil foi um excesso. Não é verdade o argumento de que o que eles (policiais) fizeram seria o normal. A situação foi anormal. Eles impediram pessoas de trafegarem livremente nos aeroportos, o que é direito delas. Esse excesso, que é proibido, se acontecer de novo será punido", afirmou.
Ontem, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF), Jonas Leal, e a presidente do (Sinpecpf), Leilane Oliveira, foram convocados para uma reunião com a superintendência da PF. Eles foram informados de que haverá corte de ponto dos servidores em greve. Os sindicalistas afirmaram, porém, que o desconto no salário é irregular, pois é possível comprovar que 30% do efetivo estão trabalhando normalmente.
Equiparação
Em greve desde a semana passada, os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal pedem a reestruturação da carreira, de forma que os salários sejam equiparados com os de servidores com funções típicas de Estado, o correspondente a reajustes entre 109,3% e 139,4%, dependendo da classe. Com isso, os ganhos iniciais passariam dos atuais R$ 7,8 mil para R$ 18,8 mil e os finais, de R$ 11,8 mil para R$ 24,8 mil. O governo se recuou a atender esses pleitos, por considerá-los exagerados.
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