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sábado, 15 de dezembro de 2012

Colmeia antibomba

Para tornar a detecção de bombas menos árdua e perigosa, uma pequena empresa inglesa confia num time de especialistas. São 36 funcionárias dedicadas, que não se encaixam nos estereótipos de “cigarras” ou “formigas”: na verdade, elas são abelhas. 

A foto é real: abelhas são treinadas para detectar drogas e explosivos. O prêmio: água com açúcar - Tropa de elite: A equipe de abelhas é treinada por pesquisadores britânicos para detectar drogas e explosivos pelo cheiro
Apoiada pelo governo, a Inscentinel (trocadilho triplo com “inseto”, “sentinela” e “perfume” — scent) criou um equipamento que aproveita a destreza delas para reconhecer compostos tóxicos e explosivos pelo cheiro. “Abelhas têm um olfato apurado, semelhante ao dos cães, com a vantagem de ser bem mais fácil, rápido e barato treiná-las”, diz Mathilde Briens, gerente de pesquisas da Inscentinel e especialista nesses insetos. 
Em meros 3 minutos, uma abelha pode se tornar uma farejadora de elite. O treinamento é feito dentro de uma caixa como a da foto ao lado: os insetos são liberados da colmeia e têm como única saída um túnel que dá nessa caixa. Tão logo chegam, ficam presos por uma fita adesiva. 

Dentro do recipiente são pulverizados compostos encontrados em drogas ou explosivos, como TNT, C4 e dinamite. São as substâncias que a abelha precisa aprender a reconhecer. A cada cheirada, os cientistas dão água açucarada como recompensa. Da mesma maneira como se treina qualquer animal para fazer praticamente qualquer coisa: associando um estímulo específico a uma recompensa, como o cão de Pavlov, a associação do som de um sino ao cheiro de comida fazia o cão salivar quando o sino tocava. Assim, quando sentem novamente aquele odor, as abelhas respondem com o reflexo de colocar para fora sua probóscide (sua “língua”), já que sabem que vem comida. 

Para testes de detecção, os cientistas criaram um equipamento que contém de 3 a 6 abelhas treinadas. Ao passar o dispositivo por um objeto suspeito, sensores instalados na caixa reconhecem o movimento das probóscides e interpretam isso em avisos luminosos, dando uma resposta clara para a polícia sobre a presença — ou não — de substâncias ilícitas. 

Uma das vantagens do sistema frente ao uso de cães farejadores é que não há apenas um animal, mas um conjunto deles trabalhando. Assim, as chances de acerto são maiores. Nos testes de laboratório, o exército de abelhas teve uma boa performance. “Agora buscamos uma grande empresa para investir em um sistema de larga escala, que possa ser usado em locais públicos de grande movimento, como aeroportos”, afirma Briens. 

Depois da labuta, garante a pesquisadora, os insetos farejadores voltam para sua vidinha de sempre na colmeia.

Crédito: Research and Development | Inscentinel Ltd.
Fonte - http://revistagalileu.globo.com

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